Samsara
Samsara (sânscrito-devanagari: संसार: , perambulação) pode ser descrito como o fluxo
incessante de renascimentos através dos mundos.
Na maioria das tradições filosóficas da Índia,
incluindo o Hinduísmo,
o Budismo
e o Jainismo,
o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural. Esses sistemas
diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo e na forma
como o interpretam. A maioria das tradições observa o Samsara de forma
negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, na escola Advaita
de Vedanta hindu,
o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, Brahman,
e sua alma
é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal.
Já algumas adaptações dessas tradições identificam
o Samsara (ou sa sâra, lit. “seu caminho”) como uma simples metáfora.
Samsara no Budismo Tibetano
É a perpétua repetição do nascimento
e morte,
desde o passado
até o presente
e o futuro,
através dos seis ilusórios reinos: Inferno,
dos Fantasmas Famintos, dos Animais, Asura
ou Demônios Belicosos, Ser humano, dos Deuses
e da Bem-Aventurança. A menos que se adquira a perfeita sabedoria ou
seja iluminado, não se poderá escapar desta roda da transmigração,
ou Roda da Samsara. Aqueles que estão livres desta roda de transmigração
são considerados lamas,
iluminados (ou budas,
em sânscrito).
Samsara como metáfora psicológica
À parte da cosmologia e mitologia tradicional de
renascimento do corpo físico no budismo também pode-se compreender este ensinamento
como o ciclo de morte e renascimento da consciência de uma mesma pessoa.
Momentos de distração, anseios e emoções destrutivas são momentos em que a
consciência morre para despertar em seguida em momentos de atenção, compreensão
e lucidez. Nesta visão os agregados impuros, skandhas, são levados a
diante para o momento seguinte em que a consciência toma uma nova forma.
A
meditação budista ensina que por meio de cuidadosa observação da mente é
possivel ver a consciência como sendo uma sequência de momentos conscientes ao
invés de um contínuo de auto-consciência. Cada momento é a experiência de um
estado mental específico: um pensamento, uma memória, uma sensação, uma
percepção. Um estado mental nasce, existe e, sendo impermanente, cessa dando
lugar ao próximo estado mental que surgir. Assim a consciência de um ser
senciente pode ser entendida como uma série contínua de nascimentos e mortes
destes estados mentais. Neste contexto o renascimento é simplesmente a
persistência deste processo.
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